Com a pandemia do novo coronavírus, muitos motoristas se preocupam ao avistar uma blitz nas rodovias de Santa Catarina. Isso porque a realização de operações da Lei Seca envolvem equipamentos de bafômetro, que consistem no contato da boca com o aparelho e no compartilhamento do mesmo dispositivo entre dezenas de condutores.
Devido à Covid-19, em março, a PRF havia restringido o uso do bafômetro para duas situações: quando o motorista apresenta sinais de embriaguez ou quando se envolve em acidente. Porém, segundo o inspetor da PRF em SC, Adriano Fiamoncini, com o aumento da circulação de veículos durante a temporada, a polícia está realizando normalmente os testes de bafômetro:
— Devido à normalização do fluxo das rodovias, consequência do baixo isolamento social, a PRF voltou a realizar o combate à embriaguez como era feito antes da pandemia — esclareceu Fiamoncini.
A Polícia Militar Rodoviária, responsável pelas rodovias estaduais de Santa Catarina, também está realizando os testes de bafômetro durante a pandemia. Mas, de acordo com o comandante da PMRv, Coronel Evaldo Hoffmann, o órgão se adaptou e remodelou as blitz de Lei Seca, adquirindo os etilômetros passivos, que têm a mesma função dos bafômetros comuns, mas sem nenhum contato com o condutor:
— A gente adquiriu o etilômetro passivo para nos adptarmos à pandemia e ofertarmos ao usuário da rodovia segurança, para impedir que mortes aconteceçam no trânsito, e para que ele possa ser submetido à fiscalização sem riscos a sua saúde — explicou o comandante.
Motorista diz que protocolo não é seguido
Em conversa com o colunista Renato Igor, do NSC Total, uma motorista de Florianópolis, parada em uma blitz em Jurerê no último final de semana, contou que os carros foram colocados em uma fila única e todos os condutores eram instruídos a soprar no mesmo equipamento, muito próximo à boca. Segundo a motorista, o material não estava sendo higienizado e todos os condutores usaram o mesmo bafômetro.
O comandante da PMRv explicou que em cada blitz dois ou três equipamentos são utilizados. Segundo ele, o protocolo exige que após a abordagem em cada veículo, o dispositivo seja higienizado. O comandante informou ao colunista que iria falar com os responsáveis pela operação do final de semana para buscar mais informações.