A Vara da Família, Infância e Sucessões da comarca de Concórdia, sob a titularidade do juiz Samuel Andreis, encontrou uma forma simples para resolver um problema antigo que causava atraso na tramitação dos processos: a dificuldade de reunir as partes envolvidas, seja por conta da distância ou mesmo pela falta de condições financeiras para deslocamento.
Nestes casos, com o apoio de técnicos em suporte de informática, é possível realizar a audiência através da chamada de vídeo disponível em um aplicativo de celular. A ligação é transferida para o computador da sala de audiência, onde a parte envolvida presente no fórum consegue ver e ser vista pela parte que está em outra cidade.
"É inegável o fato de que a audiência com as duas partes presentes, fisicamente, facilita o acordo, mas temos um excelente índice de resolubilidade utilizando o sistema de chamada por vídeo. Conseguimos conciliação em 70% dos casos atendidos com a tecnologia", destaca o magistrado. Ele lembra que o procedimento foi usado pela primeira vez em 2016 e, durante o ano de 2018, voltou a ser realizada em outras 13 oportunidades.
Quem vai receber a ligação é avisado com antecedência para poder se organizar com a estrutura necessária, basicamente um celular ou computador e internet, além de estar disponível na hora marcada. "Utilizamos o aplicativo apenas para casos em que uma das partes mora longe e não tem condições financeiras para viajar até o nosso fórum. É uma tecnologia simples e disponível a todos. Temos recebido muitos elogios por facilitar a audiência dessa forma, principalmente de advogados", ressalta.
O juiz cita que várias situações atendidas pela Vara foram resolvidas assim em audiências de divórcio, guarda dos filhos, inventário e pensão alimentícia. Dessa maneira foi possível ouvir partes residentes na Alemanha, Catar, Estados Unidos e Portugal, além de moradores de estados brasileiros distantes como Bahia e Mato Grosso.
"Pela internet, o custo é praticamente zero para as partes e conseguimos agilizar um processo que poderia se estender por anos pela dificuldade de deslocamento dos envolvidos. Continuaremos usando a tecnologia sempre que necessário para resolver os problemas das partes", finaliza o magistrado.