top of page

Velocidade, álcool e falta de atenção: os principais vilões da BR-101 Sul

  • Foto do escritor: FCR ADVOCACIA - Direito de Trânsito
    FCR ADVOCACIA - Direito de Trânsito
  • 7 de ago.
  • 4 min de leitura

No primeiro semestre de 2025, foram registrados 416 acidentes com 465 feridos e 14 mortes; comportamentos negligentes explicam tragédias, diz PRF


O trecho Sul da BR-101, considerado um dos menos perigosos de Santa Catarina, foi marcado por acidentes graves no mês de julho. Apesar disso, um comparativo entre o primeiro semestre deste ano e o do ano passado indica que o número de acidentes no trecho entre Palhoça e Passo de Torres teve uma leve redução, assim como a quantidade de feridos e mortos.

Os dados são da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e revelam também as causas dessas ocorrências: a grande maioria é consequência da falta de atenção dos motoristas, embriaguez ao volante e excesso de velocidade, que, quando não é a causa principal, figura como causa secundária.


“Essa é a característica principal da 101 Sul: uma rodovia segura, com pavimento em perfeitas condições, mas por isso mesmo é que alguns motoristas, imprudentes, se sentem no direito de acelerar mais do que o limite permite”, aponta o inspetor Adriano Fiamoncini, chefe de Comunicação da PRF em Santa Catarina.


Leve queda no número de mortes e feridos


No trecho entre Palhoça (km 245) e Passo de Torres (km 459), no primeiro semestre de 2024, foram registrados:


  • 441 acidentes;

  • 490 feridos;

  • 16 mortes.


Neste ano, no mesmo período, foram:


  • 416 acidentes;

  • 465 feridos;

  • 14 mortes.


Para a PRF, os números indicam estabilidade e estão dentro de uma média histórica.

“Está dentro da variação para mais ou para menos, que é esperada ao longo dos anos. Mas isso não significa que há uma tendência de queda ou uma tendência de alta. É a variação normal e estatística que não tem uma explicação única. Às vezes, um único acidente com várias mortes já joga a estatística de mortos lá para cima. Então, não existe uma explicação. Isso é parte da variação estatística que é normal todos os anos”, comenta.


Pontos com maior incidência de acidentes


As áreas urbanizadas de Laguna, Imbituba e Tubarão, onde a BR-101 corta diversos bairros, estão mais propensas a acidentes envolvendo atropelamentos. Já no Extremo Sul, nas regiões de Araranguá e Sombrio, as ocorrências estão associadas ao excesso de velocidade. Esses são os pontos com maior volume de atendimentos da PRF.

“São acidentes típicos de áreas urbanizadas, com motos de baixa cilindrada, pedestres e ciclistas. Já na região mais ao Sul, nós temos muitos acidentes relacionados ao excesso de velocidade. O asfalto em boas condições, a visibilidade perfeita, as retas grandes deixam alguns motoristas mais à vontade para acelerar. E acabam provocando acidentes por conta desse excesso de velocidade”, relata.


Dados revelam as principais causas de acidentes


De acordo com o histórico da PRF, 914 acidentes, com 998 feridos e 36 mortes, foram registrados no trecho Sul da BR-101 em 2024. Na avaliação de Fiamoncini, os números são considerados elevados, tendo em vista a infraestrutura da pista e as características do trecho.

“Nós precisamos considerar que a BR-101 Sul é um dos trechos menos perigosos de rodovias de Santa Catarina. É um trecho totalmente duplicado. Asfalto em perfeitas condições, sinalização em ótimas condições e conta com uma concessionária para atender os motoristas. Não há grandes trechos de serras íngremes ou curvas muito fechadas”, explica.


Nos casos de acidentes graves, as principais causas são embriaguez, excesso de velocidade e ausência de distância segura em relação ao veículo da frente. “Nós registramos muitos acidentes e mortes, infelizmente, nesse trecho da BR-101. Então mostra que ainda falta alguma coisa, talvez uma conscientização maior do motorista, mais campanhas, algo que possa reduzir ainda mais os acidentes”, argumenta.


Engavetamentos, três mortes e carro a 180 km/h


Julho foi um mês com acidentes graves no trecho Sul da BR-101. Um engavetamento provocado pela neblina resultou na destruição de caminhões, carretas e carros, deixando quatro pessoas feridas na manhã do dia 15, em Sangão. Outras 12 pessoas escaparam ilesas. O acidente, ocorrido no km 362, sentido Sul da rodovia, envolveu 12 veículos e causou congestionamento de 6 km no sentido Sul e 4 km no sentido Norte.


No dia 18, outro engavetamento, com quatro veículos, deixou dois feridos em Criciúma. Dois dias depois, um acidente grave provocou a morte de um casal de namorados. Eles estavam em um Volkswagen Gol, que capotou e submergiu em um lago às margens da rodovia. As vítimas foram identificadas como José Gabriel Fernandes da Cruz e Maria Vitória Machado José, de 21 e 19 anos. Um terceiro ocupante conseguiu sair do veículo e sobreviveu.

No dia 22, um ônibus que seguia de Porto Alegre para Curitiba capotou no trecho de Laguna, provocando a morte de um homem de 60 anos e deixando outros oito feridos. O acidente ocorreu por volta das 4h15, no km 296, sentido Norte da BR-101. O ônibus, que transportava 33 passageiros, saiu da pista, tombou e colidiu com um poste, atingindo também a linha férrea operada pela concessionária FTC (Ferrovia Tereza Cristina).


Acidente na BR-101 provocou uma morte e deixou outros oito feridos – Vídeo: Kelly Borges/NDTV

“O mês de julho é mês de férias escolares. Normalmente, nas duas últimas semanas deste mês, o movimento aumenta em todas as rodovias do país. Isso contribui para que todo mês de julho tenha mais acidentes do que junho ou agosto, por exemplo. Está dentro da média histórica da PRF”, sustenta Fiamoncini.


Ainda em julho, policiais flagraram uma Chevrolet Tracker transitando a 180 km/h em Jaguaruna. O limite de velocidade na via é de 110 km/h. O motorista foi abordado alguns quilômetros depois. De acordo com o CTB (Código de Trânsito Brasileiro), o condutor que trafega acima de 50% da velocidade máxima comete infração gravíssima, cuja multa é de R$ 880,41, além de sete pontos na CNH.

Além disso, o motorista também deve responder a um processo de suspensão do direito de dirigir. Neste caso, registrado em Jaguaruna, a Tracker ainda estava com o licenciamento atrasado e possuía mais de R$ 2 mil em débitos vencidos.



ree

 
 
Post: Blog2_Post
bottom of page